30 de nov. de 2010

Conto da traição

Ele sentou-se à mesa para tomar o café da manhã, e dando-se conta do quão atrasado estava, saiu correndo de casa. Ela, aproveitando sua manhã de folga, acorda e resolve que vai fazer yoga. A campainha toca, Ela respira fundo mas atende. Quem quer que fosse já estava atrapalhando seus planos para a manhã. Ela abre a porta: era o outro Ele, André. Simplesmente perfeito, na sua frente, parecendo que os olhos realmente a procuravam.

- Bom dia. Seu marido está em casa?

- Acabou de sair – diz Ela, ainda desconsertada.

- Era tudo o que precisava saber.

André a agarra pela cintura e os olhares se encontram. Ela empurra a porta, que fecha em uma ‘bac’, ainda meio assustada, confusa, sem saber direito como reagir. Ela apenas o olha, sem saber também se a vontade era de se entregar ou de fugir.

André diz o quanto a deseja, que não agüenta mais controlar seus instintos, e a domina com suas palavras.

Beija-a.

Ela beija... o outro Ele, que passa suas mãos quentes pelo corpo dela e a deixa louca de desejo, e o beija com mais fervor e arranha, lhe tira a camiseta. Assim, atracados, sobem até o quarto. O outro ele deita Ela na cama e beija todo seu corpo, tirando-lhe a roupa aos poucos, passando as mãos como que decorando cada detalhe do que sentia. A pegada dele, o jeito que André a tocava e a fazia sentir-se desejada, isso a enlouquecia, fazia Ela querer mais.

No radio, Prince – Purple Rain, abraçando o momento.

I never meant to cause to any sorrow
I never meant to cause you any pain
I only wanted to one time see you laughing
Only wanted to see you laughing
In the purple rain
Purple rain
Only wanted to see you bathing
In the purple rain
I never wanted to be your weekend love
I only wanted to be some kind of friend,
hey, Baby,
I could never steal you from another
It's such a shame our friendship had to end
Purple rain
Only wanted to see you under neath the purple rain
Honey, I know, I know, I know
Times are changing
It's time we all reach out for something new
That means you to
You say you want a leader
But you can't seen to make up you mind
I think you better close it
And let me guide you
Until the purple rain
Purple rain
Only wanted to see you In the purple rain

As mãos dela envolvem o corpo dele agora, ele a beija no pescoço. Arrepios. As mãos dela o agarram com mais força. Ela o quer, deseja, quer ali e já. O outro Ele a quer, sussurra em seu ouvido o quanto ele quer devorá-la todinha, ali mesmo.

Os corpos se unem, se fazem um só.

De repente o celular toca, Ela não quer atender, ignora. O celular não para. Pode ser Ele. Sim, é Ele. Ela deve atender. Estica o braço pra alcançar o aparelho, o outro Ele a beija no pescoço, morde seu queixo. Ela o encara, o beija. Celular tocando, ela atende enquanto André passa a língua no corpo dela. O corpo que tantas vezes o fez perder a linha, agora ali, todo dele. Celular toca. Ela agarra André, fica por cima dele, dominando o outro Ele, beijando o outro Ele, fazendo entender o quanto o outro ele a excita, a enlouquece. Continua tocando o maldito celular. Ela atende. Celular toca. Ela já havia atendido. Celular não para.

Ela acorda com o despertador na orelha. Um misto de sentimentos. Não gostou de ter acordado, sentia-se feliz. Contrariada, foi tomar uma ducha fria.

0 comentários: