29 de nov. de 2010

Um brinde às amigas

- Juju, eu ganhei uma garrafa de cachaça de pitanga, tem um sabor maravilhoso. Me deu um ânimo que estou com vontade de fazer um jantar pra gente beber.

- A gente? Mãe, onde eu entro nessa história?

- Convidando nossas amigas para virem aqui em casa.

- Minhas amigas, você quer dizer.

- Nossas.

- Mãe, elas são minhas amigas. M-I-N-H-A-S. Não é porque você escuta atrás da porta pra dar conselhos furados, que elas te consideram amiga.

- Elas gostam de saber minha opinião.

- Elas fingem que gostam.

- Elas sempre me ouvem.

- Pra fazer o contrário do que você diz.

- Convida elas, assim saberemos.

- Tá.

- Manhêêê, o que são essas bolinhas vermelhas no fundo dessa garrafa?

- É filhote de abóbora, bocaberta, não mexe nisso, coisa.

- Mãe, olha a Julieta me xingando.

- Parem vocês dois. Juju, vai ligar ‘pras’ nossas amigas e Paulo Afonso, me devolve isso aqui que não é pro teu bico.

- O que são mamãe?

- Pitangas.

- Ah! Adoro tudo o que tem pitanga.

- E o que não tem também, gordo infame.

- Sai Julieta. Não ouviu a mãe dizer pra você ligar para as amigas de vocês? Né mãe?

- É... vocês dois!

E no jantar, com as amigas...

- Quero propor um jogo.

- Mãe, isso não vai dar certo.

- Ah Cris, deixa tua mãe falar, pode ser divertido.

- Ouviu, Juju? Bom, a idéia é a seguinte: como aqui estamos apenas entre amigas, vamos fazer o jogo da verdade, quem mentir e ser desmascarada toma um ‘martelinho’ dessa maravilha que ganhei.

- Mãe, do jeito que as gurias são, vão mentir de propósito.

- Cala a boca Cris, a gente não vai fazer isso.

- O jogo acaba quando acabar a bebida.

- Feito.

“Jogo já terminou? Ah sim, todas bêbadas, menos a mãe, ela conseguiu perguntar pra todo mundo se elas realmente a consideravam como amiga. Hahaha, deve estar desolada. Azar, foi ela quem inventou o jogo.”

“Ei, eu não consigo me fixar na conversa, tô me sentindo atolada nesse sofá. Mãe, o PA ta comendo as pitangas. Mãe, olha ele. Mãe, cuida. Peraí, eu não consigo falar, minha língua ta amortecida”
- Que porcaria de lugar é esse? Acho que já estive aqui. PA, o que você faz nessa cama... com soro?!?!

- Você também tá tomando.

- Como é? Opa. É verdade!

- Mana, enfim concordamos em algo. Entramos em coma alcoólico.

- Ai não. Morri!

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