29 de out. de 2010

Conto do dèjá vú de Natal

Especial do Roberto Carlos na Globo, os outros canais com a programação ainda pior. Ela zapeia, mas não há muito o que assistir. Ele, de boca aberta, ronca ao lado dela.

"Nos lençóis macios, amantes se dão,

travesseiros soltos, roupas pelo chão"

O dia dela foi horrível, sem colocar o nariz pra fora de casa. Ele saiu pra “pedalar" um pouco e voltou três horas depois, bêbado. Os amigos ligaram chamando-a pra sair, mas ele tinha levado a chave e a carteira. Quando ele chegou, ela já estava com os olhos tão inchados que nem maquiagem disfarçaria. Se reclamar, ele briga. Se chorar, ele briga. Se ficar quieta, ele briga dizendo que ela está disfarçando.

Ela não sabe mais o que fazer, o que dizer, o que vestir pra que ele note que emagreceu. Ela não sabe mais que tipo de atitude tomar para que ele, só uma vez, a elogie. Pode ser um elogio pela escolha adequada da roupa, por sua criatividade, pelo seu bom humor mesmo com tudo que tem passado, ou talvez por ela não precisar usar maquiagem. De fato, não precisa. Só quando ele a faz chorar.

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