Barzinho sem graça e óbvio, atendimento precário, cerveja no máximo fria (e não muito barata), bandinha básica tocando um pop/rock ululante. Sim, hoje é sexta feira...
Aí, eles atacam de Skank:
"Assim ela já vai
Achar o cara que lhe queira
Como você não quis fazer
Sim, eu sei que ela só vai
Achar alguém prá vida inteira
Como você não quis...
Tão fácil perceber
Que a sorte escolheu você
E você cego, nem nota
Quando tudo ainda é nada
Quando o dia é madrugada
Você gastou sua cota...
Eu não posso te ajudar
Esse caminho não há outro
Que por você passa
Eu queria insistir
Mas o caminho só existe
Quando você passa...
Quando muito ainda é pouco
Você quer infantil e louco
Um sol acima do sol
Mas quando sempre
É sempre nunca
Quando ao lado ainda
É muito mais longe
Que qualquer lugar...
Um dia ela já vai
Achar o cara que lhe queira
Como você não quis fazer
Sim, eu sei que ela só vai
Achar alguém prá vida inteira
Como você não quis...
Se a sorte lhe sorriu
Porque não sorrir de volta
Você nunca olha a sua volta
Não quero estar sendo mal
Moralista ou banal
Aqui está o que me afligia...
Um dia ela já vai
Achar o cara que lhe queira
Como você não quis fazer
Sim, eu sei que ela só vai
Achar alguém prá vida inteira
Como você não quis..."
Ela, já bem chateada com o silêncio na mesa - onde só estavam os dois -pergunta, após um longo suspiro:"amor, por que a gente não se beija desde quarta?" Ele, sem desviar os olhos do contra-baixo acústico:"sei lá, tu faz cada pergunta descabida, hein?"
Olhos marejados, outro suspiro, olha em volta e vê aquele cara interessantíssimo que conheceu em uma entrevista para um que ela não conseguiu, na mesa ao lado, sozinho e olhando pra ela. Ele dá um sorriso meio amarelo, levanta a mão direita ensaiando um aceno, olha pro marido dela - que continua vidrado no contrabaixo acústico - volta a olhar pra ela, desfaz o sorriso, aparentemente suspira e vai ao bar buscar outra cerveja pra beber sozinho.
Tão sozinho quanto ela, que está acompanhada na mesa.
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